Dia 9 de Janeiro, às 17h30, o NEFUP (Núcleo de Etnografia e Folclore da Universidade do Porto), fez uma Recriação dos Cantares das Janeiras, tradicional manifestação de cultura popular da Beira Alta e de muitas outras regiões de Portugal. Desfilando desde a Praça da Batalha, os elementos do grupo detiveram-se frente à Casa da Beira Alta para, aí, cantarem as Janeiras. Em pleno coração da cidade do Porto, na Rua de Santa Catarina, os transeuntes foram surpreendidos pelos trajes e cantares do grupo. Paravam, ouviam, aplaudiam. Por entre toda esta gente que se quedava a ouvir, havia quem relembrasse os tempos em que se cantavam as Janeiras e havia também quem procurasse saber o que se passava. Mais uma vez, a Casa da Beira Alta e o NEFUP, contribuiram para o reavivar desta tradição, evitando que caia no esquecimento.
No folheto explicativo, distribuído pelo grupo, o seu encenador Armando Dourado, escreveu o seguinte texto sobre AS JANEIRAS:
«Durante a quadra festiva de Natal e Ano Novo, os cantares tradicionais de Boas Festas e Reis eram uma das mais conhecidas tradições ainda existentes e talvez mais espalhadas por todo o país. A tradição é muito idêntica de norte a sul e, exceptuando alguns casos em que se apresentam autos teatrais populares, apenas variam as cantigas. Canta-se de porta em porta, as Boas Festas (antes e durante o Natal), as Janeiras ( no Ano Novo e por Janeiro adentro) e os Reis (de 5 a 6 de Janeiro). Fazem-se alusões aos donos da casa, esperando sempre alguma coisa em troca, normalmente, de comer e de beber.
Na própria cidade do Porto, onde a tradição dos Reis já foi, durante o século XIX, uma “coisa séria” de festa e animação, podemos ainda hoje ver, principalmente nas freguesias de tradição rural, onde ainda restam vestígios das actividades agrícolas então predominantes (Campanhã, Paranhos, Aldoar e Ramalde), grupos de cantadores, geralmente pertencentes a associações ou colectividades, enfrentando o frio das noites de Dezembro e Janeiro, percorrendo as ruas e cantando, de porta em porta, em troca da simpatia e compromisso dos vizinhos, que os ajudam a aquecer a voz.
O programa que o NEFUP hoje aqui apresentou é um extracto das “ Janeiras do Capitão Chamiço”, recolhidas no concelho de Gondomar ( pelo extinto GEG-grupo Etnográfico de Gondomar), a quem juntaram uma mão cheia de cantares tradicionais recolhidas em várias regiões de Portugal, a que não faltam o tradicional tom jocoso e refinada crítica social.»
«Durante a quadra festiva de Natal e Ano Novo, os cantares tradicionais de Boas Festas e Reis eram uma das mais conhecidas tradições ainda existentes e talvez mais espalhadas por todo o país. A tradição é muito idêntica de norte a sul e, exceptuando alguns casos em que se apresentam autos teatrais populares, apenas variam as cantigas. Canta-se de porta em porta, as Boas Festas (antes e durante o Natal), as Janeiras ( no Ano Novo e por Janeiro adentro) e os Reis (de 5 a 6 de Janeiro). Fazem-se alusões aos donos da casa, esperando sempre alguma coisa em troca, normalmente, de comer e de beber.
Na própria cidade do Porto, onde a tradição dos Reis já foi, durante o século XIX, uma “coisa séria” de festa e animação, podemos ainda hoje ver, principalmente nas freguesias de tradição rural, onde ainda restam vestígios das actividades agrícolas então predominantes (Campanhã, Paranhos, Aldoar e Ramalde), grupos de cantadores, geralmente pertencentes a associações ou colectividades, enfrentando o frio das noites de Dezembro e Janeiro, percorrendo as ruas e cantando, de porta em porta, em troca da simpatia e compromisso dos vizinhos, que os ajudam a aquecer a voz.
O programa que o NEFUP hoje aqui apresentou é um extracto das “ Janeiras do Capitão Chamiço”, recolhidas no concelho de Gondomar ( pelo extinto GEG-grupo Etnográfico de Gondomar), a quem juntaram uma mão cheia de cantares tradicionais recolhidas em várias regiões de Portugal, a que não faltam o tradicional tom jocoso e refinada crítica social.»
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