sábado, 30 de janeiro de 2010

"Tempo de Travessuras" de Octávio Abrunhosa

No dia 30 de Janeiro, às 16h30, realizou-se uma sessão de apresentação do livro " Tempo de Travessuras" da autoria do nosso associado Dr. Octávio Abrunhosa. Dedicado aos seus Pais, sua Mulher e filhos, ele é também dedicado: " À Vila de Moimenta da Beira, minha terra adoptiva, e, muito em particular, a todos os meus companheiros de traquinice".
Para iniciar este encontro de beirões, ali reunidos para o efeito, usou da palavra a Presidente da Direcção da Casa da Beira Alta que saudou o autor pela escrita deste livro de memórias e apresentou a conferencista, Dra. Clara Araújo de Barros, docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. A Dra. Fernanda Braga da Cruz falou do prazer que a leitura deste "Tempo de Travessuras" lhe proporcionou pelo facto de nele aparecerem referidos termos e costumes beirões que há muito , muito tempo, não ouvia. Citou então, entre outros, o "cobêrto", a quintã, o quinteiro, o arroxo, o desaugar; os jogos tradicionais dessa época: o pateiro, o pião , o arco e a gancheta; o hábito de chamar as pessoas por "ó coiso"/"ó coisa" e ainda o "enganchar" por altura da Páscoa.

Ao usar da palavra, a Dra. Clara Araújo Barros advertiu os presentes de que a sua apreciação era, também, um pouco sentimental, uma vez que tinha o previlégio de ser amiga do autor e conhecer alguns dos lugares referidos no livro. Na sua análise, clara e cativante , referiu o início do livro em que o autor, usando uma prolepse "Estamos en mil novecentos e quatro. Eu ainda não nasci e não virei a este mundo senão daqui a uma vintena de anos, pois meus Pais acabam de se conhecer.", passa, seguidamente,à exposição das suas memórias afectivas: os Pais, a Casa, os irmãos, a Vila " E em Moimenta acabei por viver até aos meus doze anos, estávamos então em mil novecentos e trinta e seis, altura em que a família se mudou para o Porto, pelas razões que mais à frente irei explanar". Numa prosa fluída, clara e, por vezes, coloquial, com um realismo convincente, o autor recria o seu tempo de criança, vivido na pacatez de uma Vila de Província, relata antigos usos e costumes, tradições, aventuras e fala das figuras mais marcantes do seu tempo de rapaz. Sempre que possível, manifesta os seus largos conhecimentos sobre assuntos como a astronomia (" A chuva de estrelas"), a política (" O retrato de Afonso Costa"),entre outros. Com maestria, leva o leitor a embrenhar-se na narrativa e a reviver, de perto, as divertidas peripécias do seu tempo de travessuras.

No final, o autor agradeceu a presença do todos e confessou ter-se emocionado com a análise feita pela Dra. Clara Barros, tão ao encontro das suas vivências, recordações e emoções. Aproveitou ainda para, no seu modo fluente de expor, recordar e referir mais umas memórias da sua infância, os amigos de sempre, as brincadeiras/travessuras, a saudade.

2 comentários:

  1. Onde se pode comprar o "Tempo das Travessuras" ?

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  2. BOA NOITE .PARABÉNS PELO BLOG QUE SIGO ATENTAMENTE DADO QUE, EMBORA NASCIDO POR TERRAS DO DOURO ,FOI EM TRANCOSO QUE ME FIZ ..."HOMEM".AO LER QUE FOI APRESENTADO O LIVRO EM EPÍGRAFE ,DESPERTOU-ME A CURIOSIDADE E O "APETITE" Pª LÊ-LO (o pateiro,o pião ,o arco ,o bichinho e por aí ,fora ajudaram-me a "crescer" ...).FUI `A NET MAS NÃO ENCONTREI NEM O LIVRO À VENDA ,TÃO POUCO A EDITORA ... PODERÃO AJUDAR-ME SE ME INDICAREM COMO E ONDE O ADQUIRIR. FARÃO ESSE FAVOR ? BEM - HAJAM!
    ABRAÇO BEIRÃO
    JOÃO CALAIS CARREIRA
    joaocalais@yahoo.com

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