domingo, 31 de maio de 2009

Dia 6 de Junho,Teatro na Casa da Beira Alta

O Grupo de Teatro da Universidade do Autodidacta e da Terceira da Idade do Porto (UATIP), dirigido pelo prof. Zeferino Mota, apresenta,no dia 6 de Junho, às 15h, na Casa da Beira Alta,"AS VOZES DA LUA".
A carpideira, o pintor no seu último verão, aquela que conta história com a alma amarrada à lua nova, a enfermeira da lua, a mulher que se apaixonou por alguém que não é daqui, o pequeno grão de areia, a solitária de parceria com a quiromante, a alcoviteira, o alquimista das núpcias do sol e da lua, a que é um grito, as adoradoras do pão, a professora das fadas...são algumas das vozes da lua.
Uma maneira de evocar a solidão, a contemplação, o romantismo e a necessidade de se encontrar alguém que nos acorde para ir olhar a lua.
Este percurso teatral da UATIP foi apresentado nos dias 30-31 de Maio de 2009, em "SERRALVES EM FESTA".

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Bem-haja, Dr. Nuno Lobo Antunes

Na sua intervenção, o Psiquiatra Professor Mota Cardoso, saúda o autor, dizendo, entre outras coisas, que a escrita do dr. Nuno Lobo Antunes é "uma escrita magra , lúcida, escorreita, mas cheia de cores que nos atraem."
"Coloca o sentimento à frente da razão, mas de um modo muito sóbrio que nos faz harmonizar ambas as vertentes."
" Faz-me lembrar o Torga, telúrico, com pinceladas simples, mas cheio de força."
Finalmente, por posições tomadas publicamente,considera-o uma pessoa de coragem

Agradecimento feito pelo associado Joaquim Alexandrino Sousa.

Bem-haja, Dr. Nuno Lobo Antunes!

A Presidente da Direcção, inicia a sessão saudando e agradecendo a presença do Sr. Dr. Nuno Lobo Antunes:
"Um agradecimento sincero e sentido, pela sua receptividade e forma simpática com que aceitou o nosso talvez ousado e atrevido, desafio, assim como pela disponibilidade que desde logo manifestou, em estar presente, hoje aqui, entre nós, para nos falar sobre a sua recente criação literária em que "a alma fala”, como escreve António Damásio, no seu Prefácio.

Antes de mais, carísimo Dr., sinto muito..., por mais que me tenha esforçado, não ter encontrado as palavras mais adequadas para traduzir o agradecimento da sua presença aqui e agora e, muito menos, para elaborar uma tentativa de apresentação da sua pessoa a esta comunhão de admiradores. Tudo o que tentei alinhavar ficava muito aquém da sua individualidade e, daí, a minha opção pela humildade do léxico, pela ingenuidade da frase simples e pelo silêncio incontido do muito que poderia verbalizar.

Nesta comunhão de pessoas, aqui presentes, paira, de certeza, o questionamento mais que justificado: Mas, porquê o Dr. Nuno Lobo Antunes na Casa da Beira Alta?

A resposta a este questionamento silencioso poderemos encontrá-lo na spalavras do nosso ilustre convidado, quando nos dilicia com a sua criação artística onde perpassam as pessoas e os lugares que ocupam o tempo da sua história de vida, vincadamente humana e solidária, marcada pelo exercício de uma profissionalidade ao serviço do outro. Algumas das pessoas e dos lugares focalizados na sua obra demonstram um particular afecto pela Beira, nomeadamente Oliveira do Hospital, Nelas e Manteigas.
Bem-haja pelos afectos que guarda e tão ternamente manifesta sobre a Beira Alta! Nós, beirões, orgulhamo-nos por saber que considera a nossa terra uma espécie de "ALMA MATER" ou a pureza da " água que passou debaixo das suas pontes".
Mais uma vez, bem-haja "


Relembrou os cheiros, as cores, as pedras, sempre as pedras, penedos e fragas, o granito, o ranger do soalho de madeira, a braseira, a peregrinação pela província - Oliveira do Hospital, Nelas, Manteigas, as viagens de combóio pela linha da Beira Alta, vivências extraordinárias e gratas recordações.

"Foi dos melhores anos da minha vida. Em 1980 uma lotaria atirou-me para Manteigas. Jovem médico recém-formado, tinha de cumprir o que então se chamava de Serviço Médico à Periferia. (...) Não conhecia Manteigas, mas tinha uma afeição especial pela Beira, onde, em criança, passara algum tempo de férias. Citadino, sempre tinha invejado as pessoas que tinham«Terra». Sempre me achei um Jacinto sem Tormes. Por isso adoptei Manteigas e a Beira Alta como uma espécie de Alma Mater."

Deixou registado no Livro de Honra da Casa da Beira Alta: "Este é para mim um dia muito especial. Regressei à minha terra e herdei o que generosamente me quiseram oferecer. A minha gratidão de filho adoptivo desta terra." Maio 2009



Usa da palavra o Secretário da Direcção, Dr. Ângelo Henriques:
"O Livro “Sinto Muito” é , como nos lembra um título de Fernando Namora, Retalhos da Vida de um Médico, acrescentando eu… ao longe, tanto nos quadros de referência da prática clínica na Beira Interior, como na longínqua e cosmopolita Nova York, ligado ao tratamento das doenças da toxicodependência e do foro oncológico em crianças.
Contudo, nesta lonjura, é um livro perto de nós, porque perto do coração, não só pelas referências e memórias do seu país de origem, transportando restos de maresia e do sotaque das gaivotas, pelo assinalar vagaroso do pouca terra, pouca terra nas estações da linha da Beira Alta,
Mas, perto de nós, também e sobretudo, porque questionou o papel do médico que lida com situações de “fim de linha”, de dor, de impotência perante a morte que se avizinha, de histórias trágicas de famílias que vêem no médico um deus salvador na terra. Ao questionar o papel do médico, humanizou-o e deu a conhecer os diversos matizes de quando e como doente e médico partilham a mesma humanidade, a mes ma dor e angústia, quando são um só.
Virgílio Ferreira que esta Casa homenageou há 3 anos aquando do seu 50º aniversário e que foi seu professor de Português não apreciando nada as suas redacções ( mal sonhava ele que tal aluno iria editar, cerca de 40 anos depois, um livro brilhantemente escrito), Virgílio Ferreira diz-nos o seguinte no seu livro Estrela Polar:
“ O nosso passado, somos nós integrados nele ou ele em nós. Não há nele, antes e depois, mas o mais perto e o mais longe. E o mais perto e o mais longe não se lê no calendário, mas dentro de nós”.
Dr. Nuno, ao partilhar parte do seu passado com o comum dos mortais nas páginas deste livro, creio eu que conseguiu tocar e fazer reinventar o que há de melhor em cada um de nós, quando vivemos num mundo duro, problemático e carregado de horizontes sombrios.
Expresso aqui a minha profunda convicção que, só pode ter escrito este livro, quem for um homem bom, de carácter , de boa vontade, de partilha, de fraternidade, de coragem, que pressupõe também dor... passar além do Bojador e, como traduz a divisa latina do distintivo da Casa da Beira Alta no Porto, “ Coragem, só com ela se alcançam as alturas”.
Todos nós, como cidadãos do mundo, só lhe poderemos dizer duas coisas perante o extraordinário legado do seu livro:
* Uma, parafraseando o linguajar hermético dos pedreiros de Sta. Ovaia, aldeia perto de Oliveira do Hospital, terra que o Dr. Nuno bem conhece “ Da choina fusca se fez luzeiro “, ou seja, da noite escura se fez dia,
* Outra, como simples beirões, diremos apenas, Bem haja Dr. Nuno , Bem haja!"

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Dr. Nuno Lobo Antunes na Casa da Beira Alta



No dia 24 de Maio, às 16h, o Neuropediatra Dr. Nuno Lobo Antunes virá à Casa da Beira Alta falar sobre o seu recente livro, "SINTO MUITO".


« SINTO MUITO é sobre o sofrimento em geral, ou se quisermos, sobre a dor, seguida de perda, seguida de dor. Entristece o coração, para depois o desanuviar e torná-lo mais leve.

Nuno Lobo Antunes pretende, com bom propósito e bons resultados, deixar que o seu coração se pronuncie, que se liberte a sua voz, que seja conhecida a sua humanidade. E, na verdade, a alma fala».

António Damásio, in Prefácio

«Há no médico o desejo de ser santo, de ser maior. Mas na sua memória transporta, como um fardo, olhares, sons, cheiros e tudo o que o lembra de ser menor e imperfeito. Este é um livro de confissões. Uma peregrinação interior em que a bailarina torce o pé, o saltador derruba a barra, o arquitecto se senta debaixo da abóbada, e no fim, ela desaba.O médico e o seu doente são um só, face dupla da mesma moeda. O médico provoca o Criador, não lhe vai na finta, evita o engodo. Mas no cais despede-se, e pede perdão por não ter sido parceiro para tal desafio.»

terça-feira, 12 de maio de 2009

"A Falecida Vapt-Vupt" noTeatro Nacional São João


Inserida na actividade "Venha ao Teatro..." e de acordo com o protocolo existente entre a Casa da Beira Alta e o Teatro Nacional de São João, no dia 17 de Maio, um grupo de sócios da Casa da Beira Alta vai assistir à peça de teatro "A Falecida Vapt-Vupt" da autoria de Nelson Rodrigues, um dos mais importantes dramaturgos brasileiros, encenada por Antunes Filho, co-produção de CPT – Centro de Pesquisa Teatral, Grupo de Teatro Macunaíma (São Paulo, Brasil).

Fragmentação de cenas, multiplicidade de ambientes e trajectória vertiginosa da protagonista – uma mulher tuberculosa dos subúrbios cuja única esperança de redenção consiste num enterro de luxo – a matéria-prima exacta para um ensaio sobre a vida contemporânea, as suas velocidades e interferências.