A ENTRADA
A entrada dos guerreiros
Foi com grande intrepidez,
Descalços de pé e perna,
Dois aqui, acolá três.
O Junot foi ao inferno
Buscar duas testemunhas,
Achou as portas fechadas,
Pôs-se a ‘sgravatar coas unhas.
Olha a condessa da Ega,
Que anda a cavalo num cão,
Pedindo ao ladrão Junot
Que lhe dê a sua mão.
Batem á porta
Do conde da Ega:
-Quem é?
-Que é do arrieiro,
Que aluga a égua
E anda a pé?
O Junot mais o Maneta
Eram dois finos ladrões,
O Junot rasgou as calças
E o Maneta os calções.
O Junot mai-lo Maneta
Fizeram uma função,
O Maneta deu o braço,
O Junot o coração.
O Junot mais o Maneta
Diz que Portugal é seu,
É o diabo para ele,
E mais para quem lho deu.
O Junot mais o Maneta
Andam em Famalicão
Ao rebusco do centeio,
Que na França não há pão.
O patife do Junot
Vinha pra nos proteger!
Veio mas foi pra nos roubar,
E pràs pratas recolher.
Já o mar anda de luto,
Também as embarcações,
Anda a guerra contra a França,
Ajuntam-se as mais nações.
O alto pinheiro da França,
Onde a tropa abarracou,
Onde houve o cruel combate,
Quando a França retirou.
Ditosa serra da Estrela,
Que os portugueses abrigou,
Onde os franceses tremeram
E o Jinó arrecuou.
De hoje em diante,
Senhor duque d’Abrantes,
Fica outra vez Jinó,
Como dantes.
Viva o rei João,
Faz o que lhe dizem,
Come o que lhe dão.
Por vós, pela Pátria,
O sangue daremos,
Por glória só temos
Vencer ou morrer.
sábado, 4 de abril de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário