Terras do Demo (2009) - Colecção Casa da Beira Alta-Porto.
Painel pintado a acrílico s/ madeira 110x150, pintado pelos artistas participantes na exposição colectiva de pintura
Terras do Demo (2009) - Colecção Casa da Beira Alta-Porto.
Painel pintado a acrílico s/ madeira 110x150, pintado pelos artistas participantes na exposição colectiva de pintura
No dia 6 de Novembro, às 16h, foi inaugurada a Exposição de Fotografia "Segredos da Natureza" da autoria de João Pedro Gomes. Ficará aberta ao público até dia 21, das 14h30 às 19.
Em Moimenta da Beira, na Biblioteca Municipal Aquilino Ribeiro, decorreu a Sessão Evocativa dos 260 anos do nascimento da Viscondessa de Balsemão.
O Dr. Francisco Cardia, Vice-presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira e em representação do seu Presidente, deu as boas-vindas à comitiva da Casa da Beira Alta, saudou os presentes e congratolou-se com a iniciativa. A Presidente da Casa da Beira Alta, Drª MariaFernanda Braga da Cruz saudou a assistência, agradeceu à Câmara Municipal de Moimenta da Beira e, em particular ao Dr. Ricardo Castro, cujo empenho viabilizou a realização desta Sessão; à Professora Maria Luisa Malato Borralho, a gentileza e disponibilidade para acompanhar o grupo e partilhar com todos os seus conhecimentos e ao dr. José Valle de Figueiredo,associado da Casa da Beira Alta, grande entusiasta de tudo o que respeita a Beira Alta, a alma e o motor desta realização.
Em seguida, o Dr. Jaime Ricardo Gouveia, investigador do Instituto Universitário Europeu, falou de Luis Pinto de Sousa Coutinho, nascido em Leomil, 1º Visconde de Balsemão, marido de D. Catarina Micaela de Sousa César e Lencastre, 1ª Viscondessa de Balsemão, poetisa do séc.XVIII, e do aparecimento do apelido Coutinho. Referiu ainda a Casa Grande, nome pelo qual era conhecida a Casa dos Coutinhos, em Leomil.Uma intervenção clara, muito bem eleborada, com frases e terminologia de sabor aquiliniano, que deliciou os presentes.
Usando da palavra, a Professora Maria Luisa Malato Borralho, docente da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, conduziu-nos pelo universo familiar, cosmopolita, literário e poético da Viscondessa de Balsemão. A sua poesia, registada por escrito apenas por quem a ouvia, familiares e amigos, explica o facto de aparecerem versos escritos em folhas e pedaços de papel reaproveitados. Estas folhas, de enorme fragilidade, foram posteriormente cosidas para serem preservadas e não se perderem. Para comprovar esta afirmação e constatação, a Profª Maria Luisa Borralho encantou a assistência com a apresentação de um desses cadernos manuscritos, adquirido num alfarrabista.
Finalmente, o Dr. José Valle de Figueiredo, delegado da Sociedade Histórica da Independência de Portugal e do Instituto Fontes Pereira de Melo, comissário da Exposição " A Guerra Peninsular, a Literatura e a Beira", chamou a atenção para os documentos expostos e para a representação dos escritores beirões aí presentes. A Exposição hoje inaugurada, manter-se-á durante algins dias na Biblioteca Aquilino Ribeiro. Como complemento, alguns associados da Casa da Beira Alta, acederam, generosamente, a ler poemas da Viscondessa de Balsemão: Rogério Lopes, Ilda Marques, Teresa Loureiro, Ana Luisa Sá e Francisco Braga da Cruz.
A Sessão terminou com um " Moimenta de Honra", um óptimo vinho branco " Terras do Demo", acompanhado de deliciosos petiscos beirões.
Após este dia, culturalmente preenchido, restava regressar ao Porto!
" Que eu no seio da Virtude
Entre a boa companhia
Não troco por quanto vejo
Um dia como este dia!"
Viscondessa de Balsemão,"Ode Anacreontica" , último verso
Acompanhando socialmente o marido, Luís Pinto de Sousa, a poetisa parte para Londres e aí sente necessidade de se instruir. Para isso,refugia-se em casa, estuda inglês, francês e italiano e só depois de se sentir segura, abre os seus salões à sociedade londrina.
Na sua poesia aparecem referências ao Porto, Douro e Norte. Quase toda a sua poesia é circunstancial, dita pela autora e, a maior parte das vezes, não registada por escrito. Era ouvida e, quando muito, alguém a copiava à mão.
Na contra-capa do livro "POR ACAZO HUM VIAJANTE..." A VIDA E A OBRA DE CATARINA DE LENCASTRE, 1ª VISCONDESSA DE BALSEMÃO(1749-1824) da autoria da Professora Maria Luisa Borralho, ela escreve : "Nas actuais Histórias da Literatura, poucas ou nenhumas referências existem a Catarina de lencstre, 1ª viscondessa de Balsemão. Injustamente, cremos. Louvaram-na poetas como Nicolau Tolentino, Francisco Bingre, Ribeiro dos Santos, a Marquesa de Alorna ou Bocage. Referem-na os historiadores do século XIX, reconhecendo nela os traços de um emergente Romantismo ou a invulgaridade da escrita feminina. Mas hoje não temos como ler, dispersos que se encontram os seus poemas manuscritos. E a História da Literatura precisa de documentos, de preferência impressos.
Por Acazo hum Viajante é a narração de uma viagem. Uma viagem no Tempo, planeada para resgatar do esquecimento uma autora que não devia ter sido esquecida: com mapas, roteiros, caminhos percorridos e outras linhas de indefinidas veredas..."
A finalizar a sessão, o Grupo de Coros Dramáticos da Associação dos Antigos Estudantes da Coimbra, declamou alguns poemas da Viscondessa de Balsemão, entre eles :
A GUERRA PENINSULAR, A LITERATURA E O PORTO
Exposição comissariada pelo Dr. José Valle de Figueiredo