A cidade do Porto recebeu-a ainda jovem, frequentou tertúlias e movimentos poéticos mas, na Água Suave e Mansa... da sua escrita, nunca esqueceu (era impossível esquecer), a sua terra natal, Forcalhos, a sua “pátria chica”, a raia sabugalense, onde o Amor expresso e sentido nunca foi A Fundo Perdido.
Maria Ramajal, a senhora Na Flor da Velha Idade, continua a preencher as nossas estantes da alma com a sensibilidade, o amor que inculca na arte da palavra reveladora de uma vida cheia, profunda de sentimentos, de percursos vivenciais observados com os olhos da alma, quer perpassem pelos Ventos de Leste Raianos, quer repousem nas encostas dos Contos de Miragaia.
A sua força, a sua coragem e alento, a multifacetada criatividade da sua obra sempre reconhecida, só nos poderia legar um Amor de Sombras e Luz onde os pontos cardiais se unem para um Salvatério providencial e em que a música da sua lira segue as vozes do vento, sejam elas de sofrimento ou de fugaz contentamento.
Para terminar, disse esperar sinceramente, que o Professor Arnaldo Saraiva (que ainda recentemente esteve na Casa da Beira Alta) faça uma nova Antologia da “ Poesia das Beiras” mas no feminino e que Maria Ramajal aí figure, pois a sua obra merece esse digno e justo reconhecimento.
A autora interveio,agradecendo a presença de todos e afirmando que "o tempo corre depressa demais e não sei quando vou parar." " Escrever é uma companhia, evita a solidão" e "a poesia dá gosto à vida". Em seguida, o Dr. Miguel Leitão leu um texto e declamou dois poemas da autora e várias poetisas e amigas leram diversos poemas. Seguiu-se a intervenção do Dr. Ignácio Pignatelli que referindo-se ao livro " Avé Água! Suave e Mansa...disse tratar-se de " um livro sobre o sentir da água límpida, como um cantar de um regato solto nas penedias, fresco, qual água revolta em tanque de aldeia ou que corre do alto da serra". Felicitou a CBA por esta sessão, pela abertura aos poetas e à qualidade poética do trabalho de Maria Ramajal. Seguiu-se uma sessão de autógrafos.
É sempre interessante e motivador ver-se dar espaço de homenagem a quem sempre ousou ao longo dos tempos revelar a sua alma através da escrita sem medo de ser julgada.Ontem, joje e amanhã. Bem haja
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