Todos vivemos sob o mesmo céu, mas ninguém tem o mesmo horizonte. Para onde quer que vá, onde quer que esteja, aprecie o que o rodeia e viva as suas férias!
Encontrar-nos-emos, novamente, em Setembro!
Até lá!
quinta-feira, 22 de julho de 2010
terça-feira, 6 de julho de 2010
O azul na obra de Sérgio Reis
RECEITA PARA FAZER O AZUL
Se quiseres fazer azul,
pega num pedaço de céu e mete-o numa panela grande,
que possas levar ao lume do horizonte;
depois mexe o azul com um resto de vermelho
da madrugada, até que ele se desfaça;
despeja tudo num bacio bem limpo,
para que nada reste das impurezas da tarde.
Por fim, peneira um resto de ouro da areia
do meio-dia, até que a cor pegue ao fundo de metal.
Se quiseres, para que as cores se não desprendam
com o tempo, deita no líquido um caroço de pêssego queimado.
Vê-lo-ás desfazer-se, sem deixar sinais de que alguma vez
ali o puseste; e nem o negro da cinza deixará um resto de ocre
na superfície dourada. Podes, então, levantar a cor
até à altura dos olhos, e compará-la com o azul autêntico.
Ambas a s cores te parecerão semelhantes, sem que
possas distinguir entre uma e outra.
Assim o fiz – eu, Abraão ben Judá Ibn Haim,
iluminador de Loulé – e deixei a receita a quem quiser,
algum dia, imitar o céu.
Nuno Júdice, Meditação Sobre Ruínas
Se quiseres fazer azul,
pega num pedaço de céu e mete-o numa panela grande,
que possas levar ao lume do horizonte;
depois mexe o azul com um resto de vermelho
da madrugada, até que ele se desfaça;
despeja tudo num bacio bem limpo,
para que nada reste das impurezas da tarde.
Por fim, peneira um resto de ouro da areia
do meio-dia, até que a cor pegue ao fundo de metal.
Se quiseres, para que as cores se não desprendam
com o tempo, deita no líquido um caroço de pêssego queimado.
Vê-lo-ás desfazer-se, sem deixar sinais de que alguma vez
ali o puseste; e nem o negro da cinza deixará um resto de ocre
na superfície dourada. Podes, então, levantar a cor
até à altura dos olhos, e compará-la com o azul autêntico.
Ambas a s cores te parecerão semelhantes, sem que
possas distinguir entre uma e outra.
Assim o fiz – eu, Abraão ben Judá Ibn Haim,
iluminador de Loulé – e deixei a receita a quem quiser,
algum dia, imitar o céu.
Nuno Júdice, Meditação Sobre Ruínas
Sérgio Reis
Nasceu em Lisboa em 1958.
Formado pela Escola Superior de Belas Artes do Porto (actual FBAUP).
Co-fundador da Associação de Arte e Imagem de Seia.
Organizou os Encontros de Arte’93 em Seia, a Exposição Nacional de Desenho – Prémio Tavares Correia (1996), a I Exposição Internacional de Arte Postal sobre Cinema e Ambiente (CineEco’99, Seia, 1999), as I e II Exposições Colectivas dos Artistas Senenses (1999, 2000) e as ARTIS - Festa das Artes em Seia I, II, III e IV (2001 a 2004).
Em Maio de 2008 foi homenageado na ARTIS 7 – Festa das Artes e Ideias em Seia e, em Julho do mesmo ano, recebeu a Campânula de Mérito Cultural Municipal, atribuído pela Câmara Municipal de Seia.
Em Dezembro de 2009, foi distinguido com o Prémio Município de Oliveira do Hospital na AGIRARTE 12 (Oliveira do Hospital e Tábua).
Publicou os livros de poesia “O Muro Atrás das Costas” e “Os Lugares Oscilantes”. Representou Portugal no projecto “SOS Poesia” (Veneza, 1993).
Participou em diversas exposições colectivas de desenho, pintura, cerâmica e arte postal em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Itália, Alemanha, Suíça, Holanda, Japão, EUA, Canadá, as últimas das quais: AGIRARTE 12 (Oliveira do Hospital e Tábua, Dezembro de 2009 e Janeiro de 2010; Exposição Internacional de Arte Postal “A (R)evolução de Darwin” (Museu da Ciência, Coimbra, 2009); ARTIS 8 (Seia, Maio de 2009).
Encontra-se representado em diversas colecções oficiais e particulares em Portugal, Espanha, França, Holanda e Brasil.
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